Objetos doados por artistas
e personalidades às famílias de Mariana (MG) atingidas pelo rompimento da
Barragem de Fundão irão hoje (21) a leilão. O leilão está marcado para as 19h,
no centro de convenções da cidade. O dinheiro arrecadado será destinado às
famílias afetadas pela tragédia que, posteriormente, definirão, em assembléia,
a forma como ele será empregado.
A Barragem de Fundão,
pertencente à mineradora Samarco, rompeu-se no dia 5 de novembro de 2015. O
episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país. Foram liberados mais
de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos que provocaram devastação da vegetação
nativa, poluição da Bacia do Rio Doce e destruição dos distritos de Bento
Rodrigues e de Paracatu, além de outras comunidades.
Em solidariedade, artistas e
personalidades enviaram aos atingidos diversos artigos. O ex-jogador de futebol
Zico doou um agasalho e um uniforme da seleção brasileira de 1982, ambos
autografados. O apresentador de televisão Fausto Silva enviou um relógio e uma
caneta. Por sua vez, a apresentadora Ana Maria Braga ofereceu um livro de
receitas, uma cafeteira, uma faca e dois esmaltes. Entre os objetos doados, há
ainda dois aventais usados durante o programa de TV Master Chef e CDs
autografados pelos cantores Lô Borges, Fernanda Takai e Lucas Lucco.
Cada objeto tem um preço
mínimo fixado. A Agência Brasil apurou, por exemplo, que o menor lance para a
camisa da seleção brasileira de 1982 será de R$ 800. O leiloeiro terá direito a
5% do valor arrecadado.
Histórico
O leilão dos objetos havia
sido prometido pela prefeitura de Mariana na época da tragédia. Passados seis
meses sem que nenhuma iniciativa tivesse sido tomada, o governo municipal
começou a ser questionado pela imprensa sobre o engavetamento dos artigos
recebidos.
"Foi aí que a
prefeitura entregou as doações diretamente à comissão dos atingidos, que não
tinham condições de cuidar dos objetos. São pessoas que estão em uma condição
de vulnerabilidade especial, e são objetos caros, que poderiam atrair a atenção
de ladrões e criminosos. Então, eles procuraram o Ministério Público de Minas
Gerais, na minha figura", disse o promotor Guilherme Meneghin.
O Ministério Público de
Minas Gerais inicialmente entrou com uma ação civil pública e obteve uma
liminar obrigando a prefeitura a recolher os objetos e garantir sua guarda e
conservação. Em uma audiência realizada em agosto, foi celebrado um acordo no
qual o município se comprometeu a fazer o leilão e depositar os recursos
arrecadados em juízo.
"Estamos buscando
assegurar que os recursos beneficiem os atingidos. Isso é um direito não só de
quem foi impactado na tragédia, mas também das personalidades que fizeram a
doação. Sem dúvida, elas têm um interesse legítimo em que as doações possam de
fato ajudar essas pessoas", acrescentou Meneghin. Fonte: agenciabrasil
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