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HISTÓRIA DE BARRO PRETO-BA


HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE BARRO PRETO E SUAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICO E CULTURAL.Município de Barro Preto.O Município de Ilhéus, até 1933 era dividido em dois grandes distritos, o da Sede e o Distrito de Ouro Preto com sede em Pirangí, atualmente Cidade de Itajuípe e constituía seu território a grande área que hoje constitui os Municípios de Itajuípe, Governador Lomanto Júnior, Coarací, Almadina, Itapitanga e ainda os distritos de Ilhéus, Pimenteira e Inema. Com o desenvolvimento crescente daquela faixa pertencente a Vila de Pirangí com grandes possibilidades econômicas pela produção de cacau e ainda a goma de ouro e Itapitanga de cultivo da pecuária, tornou-se Pirangí em excelentes condições para pleitear a sua emancipação administrativa. Nos idos de 1925 a 1933, movimentou-se Pirangí,, pleiteando sua justa emancipação, funcionando ativamente uma Comissão Pro – Emancipação de Pirangí. Ilhéus para reduzir as possibilidades de Pirangí em pleitear sua emancipação, influiu junto ao Governo do Estado para a sub-divisão do distrito, que foi retalhado em sete distritos. Entre esses Limoeiro 9º Distrito do Município de Ilhéus, que é hoje a área constitui o Município de Barro Preto. [1]

“ LIMOEIRO – 9º distrito – com sede em Limoeiro; a partir da foz do ribeirão do Norte do Rio do Braço e Almada, abrangendo as zonas de 5 Porcos e Repartimento, até encontrar o ribeirão Tararanga; daí em procura das nascentes dos ribeirões da Pólvora e Pedra e Pedra Redonda; deste ponto em linha reta norte-sul, até os limites do município de Itabuna; segue por estes limites, rumo leste, e pelo rio do Braço até o ponto de partida na foz do ribeirão do norte do Rio do Braço. [2]Não existia neste território um povoado que pudesse servir de sede do distrito que foi criado pelo Decreto nº 8.678 de 13 de Outubro de 1933, do então Interventor Federal, Capitão Juracy Magalhães. Limoeiro era uma fazenda situada na margem do Ribeirão de Limoeiro que apenas existia um casa comercial e as instalações naturais de uma fazenda de cacau, não existindo, por conseguinte, casas suficientes para residência de funcionários e instalações das repartições públicas, como seja: os Cartórios de Paz e do Registro Civil, Sub-Delegacia de Polícia e o Quartel e Cadeia Pública. Assim, instalou-se aquelas repartições de maneira precária na Fazenda Morro Redondo, onde havia mais possibilidades do que designado Sede do Distrito.

Com a nova divisão territorial do Estado em 1938, o distrito passou a denominar-se MORRO REDONDO, com Sede na fazenda do mesmo nome, aí permaneceu até a nova divisão territorial do Estado em 1943, quando passou definitivamente a denominar-se Distrito de Barro Preto com Sede na Vila de Barro Preto, antigo arraial de São Joaquim.São Joaquim foi fundado no fim de 1933, ao que tudo indica, pela necessidade da existência de um povoado no território no distrito que tivesse melhores condições para servir como sede do distrito. Foram seus fundadores: Sr. Joaquim Cardoso da Silva, que cedeu seu terreno para edificação de casas e a praça da feira, Sr. João Escolástico de Lima, Miguel Neves, Sr. Francisco Celestino de Oliveira, Sr Ladislau Carvalho que foram os primeiros negociantes e Cândido de Oliveira Lima que foi o agente arrecadador ou o 1º preposto municipal. A primeira feira realizada no começo do ano de 1934 em barracão coberto de palhas construído pelos fundadores tendo a frente João Escolástico de Lima.

Os idealizadores da fundação do povoado de São Joaquim, eram liderados por João de Souza Leal que tendo sido negociante no lugar onde é hoje a sede da fazenda Ipiranga, e posteriormente transferido sua residência para Vila de Pirangí, hoje cidade de Itajuípe, de lá continuava a exercer grande influência política e através da qual era o mentor intelectual das iniciativas dos habitantes nesta região.O antigo povoado de São Joaquim após 1943 passou a denominar-se Barro Preto e Sede do distrito do mesmo nome. Em 1949 passou a ser Distrito Administrativo com a instalação da Administração Municipal criada por Decreto do então Prefeito de Ilhéus, Sr. Artur Leite da Silveira. Sendo seu primeiro Administrador o Sr. João de Souza Leal, nomeado pelo Decreto nº 108 de 29 de setembro de 1949, pelo Prefeito Artur Leite da Silveira. O segundo Administrador foi o Sr. Domingos Chaves, nomeado pelo Prefeito de Ilhéus Dr. Pedro V. B Catalão. Com a emancipação de Itajuípe, o território do antigo distrito de Barro Preto, ficou pertencendo aquele novo Município até a data de sua emancipação política. Barro Preto pertenceu a Itajuípe no período de 7 de abril de 1955 até 7 de abril de 1963, com a sua independência administrativa nos termos da Lei nº 1.678 de 17 de abril de 1962. A instalação do Município de Barro Preto verificou-se no dia 7 de abril de 1963 quando foram empossados o seu primeiro Prefeito e Vereadores no pleito realizado no dia 7 de outubro de 1962. [3]“Lei nº 1.678 de 17 de abril de 1962 Artº 1º - Fica criado o Município de Barro Preto, desmembrado de Itajuípe... Artº 3º - A eleição para Prefeito e Vereadores do Município de Barro Preto se realizará a 7 de outubro de 1962 e a instalação do Município e posse dos eleitos efetivar-se-ão a 7 de abril de 1963... [4]

Durante o período de Distrito Administrativo Barro Preto teve os seguintes Administradores Municipais, João de Souza Leal, Domingos Chaves, Alibert Romeu, Maria José do Amaral Correia, Jeconis Moraes Bandeira, Cherubim José de Oliveira Filho, Olavo Clementino dos Santos, José Batista Primo e Miguel da Silva. Com a sua independência política Barro Preto, não foi muito feliz com o seu primeiro Prefeito.O primeiro Prefeito foi o Sr. José de Almeida Bomfim, em cuja gestão não houve melhoramentos realizados pela Prefeitura. Entretanto o Governador do Estado, Dr. Antônio Lomanto Júnior, construiu o serviço de abastecimento de água, a rede que conduziu energia elétrica para esta Cidade, o Grupo Escolar Lomanto Júnior,. As obras de vultos construídas pelo Governador Lomanto Júnior, valeu-lhe a homenagem do Governo e do Povo do Município, ao Governo do Estado, considerado seu benemérito e a Câmara Municipal pela Resolução nº 18 de 12 de agosto de 1965 propôs a Assembléia Legislativa do Estado a mudança da denominação do Município para GOVERNADOR LOMANTO JÚNIOR. A Assembléia aprovou e foi sancionada pelo Governador Luiz Viana Filho a Lei nº 2.449 de 10 de abril de 1967.[5]

“ Lei Nº 2.449 de 10 de abril de 1967. ALTERA DENOMINAÇÃO DE MUNICÍPIO QUE INDICA. O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais. Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Artº 1º - Passa a denominar-se GOVERNADOR LOMANTO JÚNIOR, mantidos os limites constantes da Lei de Divisão Territorial do Estado, o atual Município de Barro Preto”. [6]Com as eleições gerais realizadas em 15 de novembro de 1966, foi eleito o Sr. Cherubim José de Oliveira Filho, segundo Prefeito constitucional que foi empossado no dia 7 de abril de 1967 e vem realizando uma administração excelente, desenvolvendo o crescimento da nossa Cidade, ampliando-a e dando melhores aspectos urbanísticos e ainda o enriquecimento do patrimônio do município com aquisição de vasta área territorial, prédio e veículos.[7]

A mudança do nome de Barro Preto para Governador Lomanto Júnior não se efetivou, porque de acordo com a lei nº 2.449 de 10 de abril de 1967 nos artigos 22 e 27 que reza o seguinte: “ Art. 22 – O quadro territorial- administrativo do Estado será fixado em lei estadual, nos anos de milésimos 3 e 8, para vigorar a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.’ “ Art 27- A transferência da sede ou denominação de um município ou distrito somente se fará na Lei de Divisão Territorial.” Como a lei de divisão territorial da Bahia não foi feita até a presente data (2002), o nome Governador Lomanto Júnior nunca foi legalmente constituído, portanto a denominação que legalmente existiu foi Barro Preto..A população do Município de Lomanto Júnior era estimada em 9.000 habitantes, uma população maior do que a atual, uma das razões era a economia com base na produção de cacau, que produzia aproximadamente 80.000 sacos de 60 quilos por safra. Apesar da produção do cacau, o comércio não era convenientemente desenvolvido, porque funcionava apenas na cidade duas padarias, uma serraria e uma sapataria, também algumas cerâmicas que não possuíam registro.Com relação a educação pública, registra-se as primeiras professoras: Líbia de Assunção Carvalho, Yolanda Miranda Lago, Mirací e Judite Leal, mantidas pelo Estado e pela Prefeitura, Francisca e Anisia de tal, Cremisse Damasceno e Maria Rodrigues Lima. Segundo a fonte de pesquisa, História de Governador Lomanto Júnior, na época da pesquisa existiam seis escolas estaduais e quarenta mantidas pela Prefeitura. O Ginásio João de Souza Leal, mantido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Das escolas existentes três estavam localizadas na sede do Município.A estruturação da saúde pública no município se deu a partir de um convênio do Governo do Estado com a Prefeitura Municipal e a CEPLAC para a manutenção de um posto médico funcionando com um médico e um dentista, três vezes por semana. Na mesma época estava finalizando a tramitação para implantação da Maternidade Yolanda Costa e Silva.
No ano de 2009, o Edil ALAN RODRIGUES BOMFIM, impetrou a emenda à Lei Orgânica Municipal, com a co-autoria dos Vereadores Francisco Cardoso da Silva e José Raimundo Barbosa Gusmão, pela Definição da TOPONÍMIA, do Município definitivamente pela denominação BARRO PRETO, com o título de cidade "CACAU CABRUCA".

A história da cidade se faz dentro das suas manifestações artísticos e culturais, uma tradição popular são os festejos juninos, estes eram celebrados com quadrilhas, bandas com instrumentos e músicas populares, as famílias também faziam suas festas e serviam comidas típicas. Essa tradição mudou de estilo, sofrendo a influência das cidades vizinhas como Itabuna, Ilhéus, Ibicaraí, onde os festejos juninos deixaram de ser conforme a tradição, mas segundo as exigências de mercado.

Outra tradição que se cristalizou foram as festas religiosas, onde sobressai os festejos da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. Segundo os moradores mais velhos, o Santo Padroeiro seria São Joaquim, entretanto, os caminhos da história da Paróquia fez de Nossa Senhora a Padroeira. A festa da Padroeira mobiliza a comunidade com novena e festa de largo. Outra festa religiosa é a de Bom Jesus da Lapa, da fazenda Bom Jesus, realizada no dia seis de agosto. Para lá se dirigem moradores da zona urbana de Barro Preto e cidades vizinhas, com novenas e festa de largo.

Outras manifestações artísticas são o artesanato, com um artesão que trabalha com madeira; também a culinária reflete a arte com a produção de licores, cocadas e acarajé.

No que diz respeito ao teatro, o município não tem muita tradição, a cidade recentemente já teve um grupo de teatro de rua sob a orientação do ator Ramon Vani, ainda no teatro, existem dois grupos, um da Igreja Batista e outro na Igreja Católica. Estes grupos atuam na linha do teatro religioso. Essas Igrejas enriquecem a cidade com a manutenção de grupo de coral, também voltado para canções religiosas.

O município tem bom potencial artístico, entretanto não tem infra-estrutura, como teatro, cinema, teatro de arena, circo, mas enquanto capital humano, contamos com músicos, cantores, atores, artesãos, dançarinos, para tanto é necessário apoio financeiro e técnico de órgãos públicos e privados.

[1] CORREA, Maria José do Amaral; Chaves, Magda Weyl; Prates, Maria Eunice; Santana, José Humberto; Santos, Ivonildes José Bonfim; Silva, Maria José, HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR LOMANTO JÚNIOR, ANTIGO BARRO PRETO, Governador Lomanto Júnior – Bahia 21 de maio de 1970 [2] DECRETO nº 8.678, de 13 de Outubro de 1933, DA NOVA DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO AOS DISTRITOS DE PAZ DO TERMO DE ILHÉUS, publicado no Diário Oficial de 14 de Outubro de 1933

[3] CORREA, Maria José do Amaral; Chaves, Magda Weyll; Prates, Maria Eunice; Santana, José Humberto; Santos, Ivanilde José Bomfim; Silva, Maria José, HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR LOMANTO JÚNIOR, ANTIGO BARRO PRETO, Governador Lomanto Júnior – Bahia 21 de maio de 1970

[4] ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA, Lei nº 1.678 de 17 de Abril de 1962, Palácio do Governo do Estado da Bahia, 17 de abril de 1962.

[5] CORREA, Maria José do Amaral; Chaves, Magda Weyll; Prates, Maria Eunice; Santana, José Humberto; Santos, Ivanilde José Bomfim; Silva, Maria José, HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR LOMANTO JÚNIOR, ANTIGO BARRO PRETO, Governador Lomanto Júnior – Bahia 21 de maio de 1970

[6] DIARIO OFICIAL DO ESTADO, Lei nº 2.449 de 10 de abril de 1967, Salvador 18 de abril de 1967.

[7] CORREA, Maria José do Amaral; Chaves, Magda Weyll; Prates, Maria Eunice; Santana, José Humberto; Santos, Ivanilde José Bomfim; Silva, Maria José, HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR LOMANTO JÚNIOR, ANTIGO BARRO PRETO, Governador Lomanto Júnior – Bahia 21 de maio de 1970.
Fonte: http://www.barropreto.ba.gov.br/historia


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